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Ainda dá tempo de ter um propósito.



Se existe uma única certeza sobre o tempo para nós é que ele passa. Existem diferentes maneiras de experienciar esse tempo, seja pela saudade das coisas que vivemos e que não mais existem, seja pela nostalgia que quase sempre nos prende tristemente a tudo o que gostaríamos de reviver, mas não podemos. Há formas de viver o tempo com intensidade e presença e também tantos dispersores que dificultam enormemente estarmos integralmente em cada experiência.


Você coexiste, mas não convive. Está fisicamente próximo, mas mental e emocionalmente distante. Esse é o drama tanto do tempo acelerado, que cobra a velocidade da sobrevivência imperativa, quanto da futilidade quase onipresente que nos captura e tenta não nos soltar de jeito nenhum. Apesar de aprendermos desde pequenos que o tempo é um só e que ele se move como uma flecha lançada (e que não volta), teimamos em escapar desse determinismo introduzindo alguns temperos e trilhas e, assim, criamos nossos cadinhos de tempo, misturando experiências, sensações e expectativas.


Sim, gostamos de flertar com o eterno e o imutável. Dá conforto a nossa pequenez. Mas também apreciamos o fugaz, o cíclico e como eles não necessários nesse cadinho criativo para que a existência seja, ao menos, suportável. Talvez seja essa a razão pela qual organizamos nossa vida em ciclos de tempo. Comemoramos um novo ano com muito mais emoção do que uma medíocre mudança no bloquinho do calendário. Dentro desse conjunto finito de dias organizamos a existência, mas também nutrimos sonhos, meditamos sobre o que sofremos ou superamos, nos enchemos de esperança novamente ou pelo menos de alguma força para continuar.


Comemoramos nossos aniversários e os dos outros como celebrações à vitória da vida sobre a fragilidade e a incerteza que marcam a nossa passagem por essas bandas, mesmo sabendo que, ao final, perderemos essa guerra que nem guerra é, apenas mais um dos muitos momentos naturais dessa coisa chamada tempo. Inclusive, para muitos, há a continuidade da existência, no entanto, atemporal.


Não gosto das falas que menosprezam tudo isso. Penso que encolher a beleza de existir no tempo e a esperança de viver um dia fora dele a uma sopa de moléculas e partículas não faz nem poesia e nem sentido. E é preciso que tudo faça sentido, para que nos façamos humanos. E o sentido é algo demasiadamente humano porque é feito de propósito. Sem propósitos, não há sentidos.


No início de cada ano, costumamos fazer promessas (uns mais a sério, outros nem tanto) para nós mesmos e para os outros. Prometemos comer menos, fazer mais exercícios e coisas do gênero. Mas, promessas não são propósitos. O propósito da sua existência (ou no plural, caso você encontre mais de um), é que dará sentido ao seu existir, ou seja, é por causa dele que a sua existência importa e fornece para você o como ser, fazer e sentir.


E isso não significa você se prender patologicamente a uma pessoa, lugar ou coisas. Ao contrário, te dá a liberdade de ter a própria vida e entender tudo o que está nesse pacote, as alegrias, os sofrimentos, as vitórias, as tragédias, os que chegam e os que se vão, a sua fé e os silêncios ocasionais da alma, a esperança e o pragmático. Isso tudo passa a fazer todo o sentido quando descobrimos o nosso propósito.


E você, já descobriu o seu? Aproveite os vários ciclos, os emaranhados que a nossa traquinagem humana embolou na linha do grande tempo e pense nisso.


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